OLHA O REISADO
MINHA GENTE
AUTOR: BARTOLOMEU
MENDES DA SILVA
Escutem caro
amigos
Esta minha
narração
Sobre uma cultura
boa
Que reina no meu
torrão
Me refiro ao
reisado
Festival de bom
agrado
Da região do
Nordeste
Que encanta todo
povo
Velho, adulto ou
novo
Cidade, sertão e
agreste.
Os sertanejos de
fé
Se apegam a santos
reis
Fazem novenas,
andam as noites
E festejam no dia
seis
Contam com uma
cantadeira
Caretas e o
tocador
Boi e burrinha
também
Cabeça de fogo
além
Do festivo
encantor.
Já outros fazem
promessa
E pagam durante o
dia
Festejam na mesma
data
Com a maior
alegria
Pra noite arrumam
caretas
Que dão suas
piruetas
No baião de um
instrumento
Jogam lenço no
pessoal
A procura dum real
Aproveitando o
momento.
No meu tempo de
menino
Havia reis de
montão
Na pisada do
reisado
Reunia a multidão
E todos iam a pé
Menino, homem e
mulher
Formavam bela
filinha
Par seguir o
reisado
Cada qual mais
animado
Só voltavam de
manhazinha.
Lembro da
sepateada
Até hoje de um
irmão
Que deu pulos e
por pouco
Da casa não rachou
o chão
Ficou igual um
cassote
Derrubando mesa e
pote
Que cena bonita
aquela
Um gibão ele usava
E toda vez que
rodava
Apagava-se toda
vela.
O momento ficou
pra trás
E só me resta a
saudade
Reisado tornou
minoria
E agora é raridade
Hoje poucos fazem
promessa
Quando fazem andam
depressa
Em cima de moto ou
carro
Vai João, Maria e
José
Sobra pra quem tá
de pé
Na cara poeira e
barro.
Os caretas atuais
São cheios de
jeringonça
Soltam ali dois
pinotes
Exigem logo uma
onça
E na hora do baião
Pisam maneiro no
chão
Só para enrolar a
gente
Se foi a sapateada
Não vemos mais a
pancada
Que víamos
antigamente.
Na época do “véi”
meu pai
A jornada era bem
dura
E as vezes vinha
no lenço
Um pedaço de
rapadura
Um ovo ou algum
trocado
Pequeno de bom
agrado
Em pleno a noite
bacana
Surgiu pra variar
E os caretas
alegrar
Uma bruta dose de
cana.
Mas na vida tudo
muda
Reisado também
mudou
Aquele que viu
outrora
Fez parte ou
acompanhou
Nota que há
diferença
Dos períodos são
intensa
Entre o presente e
o passado
Sobre qualquer
tradição
Principalmente no
sertão
Quando se fala em
reisado.
Encerro minha
história
Ancioso pra valer
Eu ainda na região
Num reisado quero
ver
O jô Piaba e o
Ciço
Atuando no serviço
O Zé da Onça
cantando
Eu o reisado
tocando
Na minha sanfona
três cor.
FIM
SÃO JOÃO DA SERRA
PIAUÍ
14.02.2018
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