A HISTÓRIA DO BOI FACA FINA
Aqui no nosso sertão
Tem muita coisa de valor
História de cangaceiro
E homem trabalhador
Samba forró e baião
E fama de boi corredor.
E uma bonita historia
Cheguei aqui para contar
De um boi da região
Do nosso Alto longar
O animal mais sagaz
Dos que já poderam encontrar.
A história desse boi
Todo mundo admirava
Era no Buriti Só
Aonde o animal pastava
Depois desapareceu
E ninguém mas lhe
encontrava.
Chamado boi faca fina
Que o senhor lima vendeu
Pra Nezim da lagoa Grande
E o boi desapareceu
No ano 2010
Faca fina se escondeu
Zé Nilton e Cícero Prazer
Dois vaqueiros de ação
Acertaram com Nezim
Pegar esse boião
Mas perderam o seu campo
Viram rastro, boi não.
Faca fina muito esperto
Do Buriti se mudou
Foi pastar em cipó alto
Pedra preta e Minador
E na Baixa da leitoa
Também esse boi pastor.
Lá no Baixão das Curicas
Ele tinha a cegueira
E até a Malhada Bonita
E também a Cachoeira
E os vaqueiros não achavam
Aquele boi da estrela
Um dia Gerson Cardoso
Manoel Rocha e Gilmar
Campearam Faca Fina
Andaram pra se danar
Caçaram em todo canto
Mas não poderam encontrar
Já fazendo sete anos
Que esse boi tava escondido
O vaqueiro Zé Cardoso
Um cabra bem destemido
Um dia teve coragem
De comprar esse bandido
Um homem chamado Orlando
Quis o boi negociar
Mas Nezim lhe disse
Não quero negócio fechar
Dizendo só vendo a outro
Se Cardoso não comprar.
O vaqueiro Zé Cardoso
Aquém esse boi comprou
No dia 26 de junho
Primeiro campo ordenou
Andou em todas as partes
E o boi não encontrou.
No dia 09 de agosto
Andava a campear
Themista e Zé Cardoso
Ainda poderam avistar
O boi mas longe demais
Não deu tempo escarrerar
Continuavam os campos
E Faca Fina encantado
Não tinha quem avistasse
De perto esse danado
Quando via era alguém
Que não andava amontado.
Me disseram que Zé Wilson
Gosta de vadiação
Saiu de São João da Serra
E Gil seu irmão
Viram esse boi num beco
Fizeram uma danação.
Eles falaram que iam
A Nezim visitar
Mas dizem que é mentira
Queriam era escarrerar
Espantar o boi de moto
Pra mais difícil ficar.
O vaqueiro Zé Cardoso
Meio chateado ficou
Pensando em Faca Fina
Outra campo planejou
Dizendo eu acho esse boi
Seja do jeito que for
Zé Cardoso ali já foi
Tratando em se preparar
Fez logo uma peã nova
E disse pra escutar
Essa aqui só peá outro
Quando esse boi pear
Pedro Cardoso e Zominho
Começaram a falar
Dizendo se desta vez
Esse boi não encontrar
Outro campo nos vamos
Para ajudar a caçar
É também Antonio Maçalo
Mais o Chico seu irmão
E o Enoque Bezerra
Que é outro cabra durão
Iam ajudar a caçar
Esse boi espertalhão
E o Ribamar Tiburcio
Que e uma bonita imagem
Dizia até chateando
Não creio nessa vantagem
Pois sei que esses vaqueiros
Vão perder toda viagem.
Pois se pegarem esse boi
Assim falou o Ribamar
Dos cabelos de seu rabo
Me astrevo beber um chá
Pois esse boi Faca Fina
Nunca vão poder pegar.
No dia 02 de setembro
Se juntaram os vaqueirão
Zé Cardoso e Cornélio
Louro e Chico Simão
Fabio e Raimundo Luis
Pra campear o boião.
Saíram esses vaqueiros
Com os cavaalos no camim
Chico Simão no dourado
E o Cornelio no azulim
Raimundo no sonho azul
E o Louro no cardãozim
Zé Cardoso num cavalo
De nome Gavião
E o Fabio no castanhim
Fazendo uma divisão
Nesse dia eles tiraram
O encanto desse boião.
Pois os vaqueiros eram
espertos
E logo se combinaram
Raimundo Luis, e Cornelio
E Chico Simão Se Juntaram
Ze Cardoso e o Fabio
Pra outro lado entraram.
Mas tinha outra coisa
Que estavam suspeitando
É assim ficou o louro
Numa água atucaiando
O boi podia ir beber
E ele ficou vigiando
Era na tal cachoeira
Que estavam campeando
Cornélio e Chico Simão
Quando o boi foram avistando
Também o Raimundo Luis
Já foram os três se
espantando
Nesse dia faca fina
Não pode mais se encantar
Cornélio da água azul
Lhe encantuou pra pegar
Deu uma carreaira da peste
Mas pode lhe alcançar.
Ate o Chico Simão
Que também e preparado
Já esta bem de idade
Mas é desembaraçado
Pois rodo dentro do mato
Eita homem encorajado.
Nesse dia faca fina
Não pode mas ter ação
Cornélio lhe amarrou
Mais Raimundo e Chico Simão
Gritaram assim viva nós
Que somos uns cabas durão
A maior
animação
Quando os outros chegaram
Animado com o campo
Eles até festejaram
Encaretaram o boião
E pra casa levaram
Faca fina nesse dia
Seu encanto acabou
Zé Cardoso sua peã
No danado inaugurou
Era assim que ele queria
Pois tudo se aprovou
Na Fazenda Mata Verde
Abateram o boião
Com cachaça e churrasco
Foi a comemoração
São essas coisas bonitas
Que acontecem no sertão
E o Cicinho Praser
Presença também marcou
Do rabo de faca fina
Os cabelos ele tirou
E trouxe pra Ribamar
Colega tome seu chá
Não sei se ele tomou.
POETA-CICERO VASCONCELOS
DATA 05 DE JUNHO DE 2018
