SAUDADES DA FAZENDA
BOQUEIRÃO
A coisa melhor do
mundo
É viver numa fazenda
Pra uma pessoa que
gosta
Você que me
compreenda
E aqui em São João
da Serra
Na nossa querida
terra
Seu ”Edmilson
Frazão”
Uma dessas possuía
E sua maior
alegria
Era está em boqueirão.
Boqueirão era o
nome
Daquela
propriedade
Um paraíso
terrestre
Com toda
sinceridade
Lá tinha sempre um
vaqueiro
Potente do pé
ligeiro
Trabalhando sem
parar
Cuidando da “vacarada”
Comendo leite e
coalhada
Naquele belo lugar.
O cantar do galo é
Despertador do
sertão
E não era
diferente
Na fazenda
boqueirão
Quando o galo
cantava
O vaqueiro já
estava
Na labuta matinal
Com o balde na
estaca
Tirando o leite da
vaca
No majestoso
curral.
Umas vacas bem
leiteiras
Naquela fazenda
tinha,
Mas a que dava
mais leite,
Era uma vaca
miudinha
Do bezerro enchia
o bucho
Chega caia o
capucho
Da boca do
bezerrão
Uma vaquinha
completa
E também a
predileta
De Edmilson Frazão.
As mulheres dos
vaqueiros
Belos queijos
preparavam
E todos lá da
fazenda
Da delicia
apreciavam
Que fartura era
aquela?
“pão” na tampa da
panela
O povo achava
legal
Quem fosse
impaciente
Já tomava leite
quente
Na porteira do
curral.
O período da
partia
Era no mês de
janeiro,
Onde entravam em
consenso
O patrão e o
vaqueiro
Assim bezerro
berrava
A marca quente
ferrava
A coisa era mesmo
assim:
Bezerro para o
patrão
Pro vaqueiro
animadão
E ainda pro
Frazãozim.
Lá tinha muitos
cavalos
Corredores bem
ligeiros
Andava com
Frazãozim
E também com os
vaqueiros
O Malfim, o
confiança.
Nunca saem da
lembrança
E ainda o Xodó ;
Outro grande
corredor:
manga larga machador
Vindo de Campo
Maior .
Outro cavalo
famoso
Era o cavalo
balanço
Muito pegador de
gado
“Castaninho” e
muito manso,
Tinha o cavalo
batom
Que era danado de
bom
E alegrava a “peãozada”
e o corredor de
prado
era o cavalo
dourado
que arrasava em
vaquejada.
O cavalo chefe da
tropa
Era o grande Juriti
Da sela de Antônio
Cardoso
Era famoso aqui
Tinha lá outro
vaqueiro
Com um cavalo
ligeiro
Gordo, “chega era
redondo”
O Vítor Sérgio afamado
No seu pegador de
gado
O cavalo Maribomdo.
Na lida com os
cavalos
Precisava ser
ligeiro
Botar Água, dá
ração
Ir caçá-los no “Pieiro”
Banhá-los lá no
açude
Para tirar bem o
grude
Tudo na hora
marcada
E sem fazer
alvoroço
Iam até correr em
osso
Pelo pátio da mora.
Quando faltava a
chuva
Nessa banda do
nordeste
Tinha que levar o
gado
Para as terras do
agreste
O senhor Pedro
Cardoso
Um vaqueiro bem
famoso
Entendia o recado
Juntando com os
seus amigos
E enfrentando os
perigos
Saiam tocando o
gado.
No sábado de
aleluia
Era grande
animação
Matavam sempre uma
vaca
Na fazenda
boqueirão
O cabra impaciente
Tacava no fogo
quente
Figo ,bofe e
coração
O povo alegre
comia
O tira gosto e
bebia
Uma dose de pifão
.
Outra festa
importante
E também muito
animada,
Que ali acontecia
Era a grande
farinhada,
Pode acreditar que
tinha
Toda espécie de
farinha
Goma tirada no
pano
E um beiju grande
danado
Que ali era
chamado
De chapéu de
mexicano.
Também tinha a
partia
Dos cabritos no
chiqueiro
Fosse três para o
patrão
Era um para o
vaqueiro
Dessa maneira
então
Não havia
discursão
Boa partia se dava
O fazendeiro
animado
Com cavalo, bode e
gado
A sua vida tocava.
Seu Edmilson
Frazão
Seus bons cavalos comprava
Do senhor Raimundo
Inácio
Que pelo lugar
andava
Animais de bom
agrado
Corredor atrás de
gado
Dentro da mata
fechada
Também chamava
atenção
Por fazerem
arrastão
Em festa de
vaquejada.
O povo de Teresina
Amigos e também
parentes
Vinham sempre festejar
Naquele belo
ambiente
Comer queijo e
coalhada
E carne de bode assada
Naquele meio rural
Era bom até demais
Sobrinhos, filhos
e pais
Alegria era geral.
Falei somente um
pro cento
Do que ali
acontecia
Pois sei que
divertimento
Ali tinha todo dia
Mas esse tempo
passou
A fartura lá ficou
É triste a
realidade
De tudo que teve
lá
Para todos alegrar
Restou somente a
saudade.
POETA ANTONIO
CARLOS
BASEADO NOS
RELATOS DE HERLLYS TORRES.