terça-feira, 26 de dezembro de 2017

SAUDADES DA FAZENDA BOQUEIRÃO



SAUDADES DA FAZENDA BOQUEIRÃO
A coisa melhor do mundo
É  viver numa fazenda
Pra uma pessoa que gosta
Você que me compreenda
E aqui em São João da Serra
Na nossa querida terra
Seu ”Edmilson Frazão”
Uma dessas possuía
E sua maior alegria
Era está em boqueirão.

Boqueirão era o nome
Daquela propriedade
Um paraíso terrestre
Com toda sinceridade
Lá tinha sempre um vaqueiro
Potente do pé ligeiro
Trabalhando sem parar
Cuidando da “vacarada”
Comendo leite e coalhada
Naquele belo lugar.

O cantar do galo é
Despertador do sertão
E não era diferente
Na fazenda boqueirão
Quando o galo cantava
O vaqueiro já estava
Na labuta matinal
Com o balde na estaca
Tirando o leite da vaca
No majestoso curral.

Umas vacas bem leiteiras
Naquela fazenda tinha,
Mas a que dava mais leite,
Era uma vaca miudinha
Do bezerro enchia o bucho
Chega caia o capucho
Da boca do bezerrão
Uma vaquinha completa
E também a predileta
De Edmilson Frazão.
  
As mulheres dos vaqueiros
Belos queijos preparavam
E todos lá da fazenda
Da delicia apreciavam
Que fartura era aquela?
“pão” na tampa da panela
O povo achava legal
Quem fosse impaciente
Já tomava leite quente
Na porteira do curral.

O período da partia
Era no mês de janeiro,
Onde entravam em consenso
O patrão e o vaqueiro
Assim bezerro berrava
A marca quente ferrava
A coisa era mesmo assim:
Bezerro para o patrão
Pro vaqueiro animadão
E ainda pro Frazãozim.

Lá tinha muitos cavalos
Corredores bem ligeiros
Andava com Frazãozim
E também com os vaqueiros
O Malfim, o confiança.
Nunca saem da lembrança
E ainda o Xodó ;
Outro grande corredor:
manga  larga machador
Vindo de Campo Maior .

Outro cavalo famoso
Era o cavalo balanço
Muito pegador de gado
“Castaninho” e muito manso,
Tinha o cavalo batom
Que era danado de bom
E alegrava a “peãozada”
e o corredor de prado
era o cavalo dourado
que arrasava em vaquejada.

O cavalo chefe da tropa
Era o grande Juriti
Da sela de Antônio Cardoso
Era famoso aqui
Tinha lá outro vaqueiro
Com um cavalo ligeiro
Gordo, “chega era redondo”
O Vítor Sérgio afamado
No seu pegador de gado
O cavalo Maribomdo.

Na lida com os cavalos
Precisava ser ligeiro
Botar Água, dá ração
Ir caçá-los no “Pieiro”
Banhá-los lá no açude
Para tirar bem o grude
Tudo na hora marcada
E sem fazer alvoroço
Iam até correr em osso
Pelo pátio da mora.

Quando faltava a chuva
Nessa banda do nordeste
Tinha que levar o gado
Para as terras do agreste
O senhor Pedro Cardoso
Um vaqueiro bem famoso
Entendia o recado
Juntando com os seus amigos
E enfrentando os perigos
Saiam tocando o gado.

No sábado de aleluia
Era grande animação
Matavam sempre uma vaca
Na fazenda boqueirão
O cabra impaciente
Tacava no fogo quente
Figo ,bofe e coração
O povo alegre comia
O tira gosto e bebia
Uma dose de pifão .

Outra festa importante
E também muito animada,
Que ali acontecia
Era a grande farinhada,
Pode acreditar que tinha
Toda espécie de farinha
Goma tirada no pano
E um beiju grande danado
Que ali era chamado
De chapéu de mexicano.

Também tinha a partia
Dos cabritos no chiqueiro
Fosse três para o patrão
Era um para o vaqueiro
Dessa maneira então
Não havia discursão
Boa partia se dava
O fazendeiro animado
Com cavalo, bode e gado
A sua vida tocava.

Seu Edmilson Frazão
Seus bons cavalos comprava
Do senhor Raimundo Inácio
Que pelo lugar andava
Animais de bom agrado
Corredor atrás de gado
Dentro da mata fechada
Também chamava atenção
Por fazerem arrastão
Em festa de vaquejada.

O povo de Teresina
Amigos e também parentes
Vinham sempre festejar
Naquele belo ambiente
Comer queijo e coalhada
E carne de bode assada
Naquele meio rural
Era bom até demais
Sobrinhos, filhos e pais
Alegria era geral.

Falei somente um pro cento
Do que ali acontecia
Pois sei que divertimento
Ali tinha todo dia
Mas esse tempo passou
A fartura lá ficou
É triste a realidade
De tudo que teve lá
Para todos alegrar
Restou somente a saudade.

POETA ANTONIO CARLOS
BASEADO NOS RELATOS DE HERLLYS TORRES.





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