A
GRANDE LUTA DO ANO
Aconteceu
um duelo
Lá
numa região vizinha
Entre
um velho aposentado
Dono
duma bodeguinha
E
um andarilho noturno
O
andarilho é barbudo
Cabeludo
e grosseiro
E,
o dono da bodega
É
mau de vaca e careiro
Moram
perto um do outro
Mas
brigam o tempo inteiro
O
bodegueiro me contou
Que
o cabeludo andarilho
Chegou
lá tarde da noite
Com
“espírito” de vampiro
Chamando
ele aos gritos
Acorda
demônio safado
O
dono de casa levantou
Naquele
clima razão
E
o desaforado disse
Tu
ta cum sono do cão
Aposentado
é miserávi
Dorme
que perde o Butão
Gritou
que quero uma pinga
E
um pacote de fumo
Porque
hoje eu to danado
E
muito fora do rumo
Mas
o que eu gasto é meu
Viu
fedorento a estrumo
Pegou
cinco reais
E
blasfemou um bocado
Tira
daí teu dinheiro
Seu
tolo arretardado
Porque
hoje eu tenho grana
Chega
o bolso ta inchado
O
barzeiro recebeu
O
dinheiro do caboco
Tirou
o do fumo e da pinga
E
deu a ele o troco
E
disse calma rapaz
Não
precisa ficar louco
O
bodegueiro ficou perdendo
A
paciência de tal maneira
Ali
fechando um cigarro
Sentado
numa cadeira
Com
a cabeça já cheia
De
tanto ouvir besteira
Deu
uma grande tragada
E
levantou de supetão
Agarrou
rapidamente
No
cabelo do falastrão
E
com um golpe qualquer
Jogou
o mesmo no chão
O
andarilho implorou
Dizendo
não quero briga
Afirmou
somos amigos
Não
estou disposto a intriga
E
sai de cima de mim
To
morrendo de fadiga
O
bodegueiro tapou
Lhe
uma mãozada ”capreste”
Bem
no pezinho do ouvido
E
murmurou toma peste
Se
tu é mesmo valente
Pra
cima de mim investe
O
cretino com três queda
Não
mostrou nenhuma reação
Só
apenas bateu a poeira
Apanhou
o chapéu do chão
E
foi de pressa para casa
Desconfiado
como um cão
Veja
só o tal duelo
Não
esteve bom sentido
Pois
pro cabra que apanhou
Restou
uma dor de ouvido
E
para o batedor
Um
dedo desmentido
Portanto
caros leitores
Parem
e pense comigo
O
bafafá dos fracotes
Não
gerou muito perigo
Eles
continuam de boa
Um
do outro sendo amigo.
AUTOR: BARTOLOMEU
MENDES
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