quarta-feira, 18 de abril de 2018

A GRANDE LUTA DO ANO



A GRANDE LUTA DO ANO

Aconteceu um duelo
Lá numa região vizinha
Entre um velho aposentado
Dono duma bodeguinha
E um andarilho noturno

O andarilho é barbudo
Cabeludo e grosseiro
E, o dono da bodega
É mau de vaca e careiro
Moram perto um do outro
Mas brigam o tempo inteiro

O bodegueiro me contou
Que o cabeludo andarilho
Chegou lá tarde da noite
Com “espírito” de vampiro
Chamando ele aos gritos
Acorda demônio safado

O dono de casa levantou
Naquele clima razão
E o desaforado disse
Tu ta cum sono do cão
Aposentado é miserávi
Dorme que perde o Butão

Gritou que quero uma pinga
E um pacote de fumo
Porque hoje eu to danado
E muito fora do rumo
Mas o que eu gasto é meu
Viu fedorento a estrumo

Pegou cinco reais
E blasfemou um bocado
Tira daí teu dinheiro
Seu tolo arretardado
Porque hoje eu tenho grana
Chega o bolso ta inchado

O barzeiro recebeu
O dinheiro do caboco
Tirou o do fumo e da pinga
E deu a ele o troco
E disse calma rapaz
Não precisa ficar louco

O bodegueiro ficou perdendo
A paciência de tal maneira
Ali fechando um cigarro
Sentado numa cadeira
Com a cabeça já cheia
De tanto ouvir besteira

Deu uma grande tragada
E levantou de supetão
Agarrou rapidamente
No cabelo do falastrão
E com um golpe qualquer
Jogou o mesmo no chão

O andarilho implorou
Dizendo não quero briga
Afirmou somos amigos
Não estou disposto a intriga
E sai de cima de mim
To morrendo de fadiga

O bodegueiro tapou
Lhe uma mãozada ”capreste”
Bem no pezinho do ouvido
E murmurou toma peste
Se tu é mesmo valente
Pra cima de mim investe

O cretino com três queda
Não mostrou nenhuma reação
Só apenas bateu a poeira
Apanhou o chapéu do chão
E foi de pressa para casa
Desconfiado como um cão

Veja só o tal duelo
Não esteve bom sentido
Pois pro cabra que apanhou
Restou uma dor de ouvido
E para o batedor
Um dedo desmentido

Portanto caros leitores
Parem e pense comigo
O bafafá dos fracotes
Não gerou muito perigo
Eles continuam de boa
Um do outro sendo amigo.

AUTOR: BARTOLOMEU MENDES





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