sábado, 21 de abril de 2018

LOUVORES AO MEU SERTÃO





Louvores ao meu sertão
Autor: Antonio Carlos de Almeida

O caboclo nordestino
Vive sempre a trabalhar
Homem, mulher e menino
Vai a luta batalhar
Par terem vida digna
Só faltam é se lascar.

No meio da natureza
Dela tirando o sustento
Apreciando a beleza
Amenizando o tormento
Mesmo com a flora seca
Tira um pouco de alimento.

Habitante do nordeste
Pela fé é bem forjado
Na caatinga ou agreste
Vive sempre encorajado
Trabalhando na rocinha
E correndo atrás de gado.

A vida lhe ensinou
A ter sempre braço forte
Por tudo que já passou
Não teme nem mesmo a morte
Desbravando esse sertão
Vai do sul até o norte.

Seu esporte preferido
É a bela vaquejada
O vaqueiro bem vestido
Entra na mata fechada
Corre também boi no limpo
 em disputa acirrada.

Cidade do interior
Todo ano tem festejo
Fica em clima de louvor
O caboclo sertanejo
Igreja superlotada
Por todos do vilarejo.

Pedem a Deus e aos santos
Coragem e proteção
Para amenizar os prantos
Chuva para o sertão
Pois esta é responsável
Por criar a plantação.

É motivo de alegria
A chuva que a sede mata
A água desce macia
Pela quina da cascata
Os passarinhos cantando
Fazem uma serenata.

Uma flor se desabrocha
Formando um lindo botão
Na encosta de uma rocha
Nasce um pé de canssanção
Isso tudo são sinais
Da chuva do meu sertão.

O relâmpago acompanha
O estralar do trovão
O preá logo se assanha
Correndo no grutilhão
E a rã canta bem feliz
Na boca dum cacimbão.

A vida é sempre assim
Neste meu torrão amado
A chuva traz o capim
Deixa o campo esverdeado
Porém a seca devora
Tudo que foi moderado.

O cato de uma cauã
A dura seca anuncia
Não se ver mais uma rã
Cantar sua melodia
Só se escuta a cigarra
Que na folha seca chia.

Animais com fome e sede
Só acham seca maliça
O capim como uma rede
Pelo chão se espreguiça
Urubus sempre voando
Procurando uma carniça.

Mesmo com tanto horror
O sertanejo é feliz
Pois quando nosso senhor
No céu abre um chafariz
A fartura é tão grande
Que a seca nada mais diz.



Fiz o pequeno cordel
Louvando esse meu Nordeste
Lugar doce como mel
De caatinga e agreste
De brogodó e cerrado
Este sendo habitado
Por peão cabra da peste.

Fim, são João da serra-piauí
Digitado em 20 de abril de 2018



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