Louvores ao meu
sertão
Autor: Antonio
Carlos de Almeida
O caboclo
nordestino
Vive sempre a
trabalhar
Homem, mulher e
menino
Vai a luta
batalhar
Par terem vida
digna
Só faltam é se
lascar.
No meio da
natureza
Dela tirando o
sustento
Apreciando a
beleza
Amenizando o
tormento
Mesmo com a flora
seca
Tira um pouco de
alimento.
Habitante do
nordeste
Pela fé é bem
forjado
Na caatinga ou
agreste
Vive sempre
encorajado
Trabalhando na
rocinha
E correndo atrás
de gado.
A vida lhe ensinou
A ter sempre braço
forte
Por tudo que já
passou
Não teme nem mesmo
a morte
Desbravando esse
sertão
Vai do sul até o
norte.
Seu esporte
preferido
É a bela vaquejada
O vaqueiro bem
vestido
Entra na mata
fechada
Corre também boi
no limpo
em disputa acirrada.
Cidade do interior
Todo ano tem
festejo
Fica em clima de
louvor
O caboclo
sertanejo
Igreja superlotada
Por todos do
vilarejo.
Pedem a Deus e aos
santos
Coragem e proteção
Para amenizar os
prantos
Chuva para o
sertão
Pois esta é
responsável
Por criar a
plantação.
É motivo de
alegria
A chuva que a sede
mata
A água desce macia
Pela quina da
cascata
Os passarinhos
cantando
Fazem uma
serenata.
Uma flor se
desabrocha
Formando um lindo
botão
Na encosta de uma
rocha
Nasce um pé de
canssanção
Isso tudo são
sinais
Da chuva do meu sertão.
O relâmpago
acompanha
O estralar do
trovão
O preá logo se
assanha
Correndo no
grutilhão
E a rã canta bem
feliz
Na boca dum
cacimbão.
A vida é sempre
assim
Neste meu torrão
amado
A chuva traz o
capim
Deixa o campo
esverdeado
Porém a seca
devora
Tudo que foi
moderado.
O cato de uma cauã
A dura seca
anuncia
Não se ver mais
uma rã
Cantar sua melodia
Só se escuta a
cigarra
Que na folha seca
chia.
Animais com fome e
sede
Só acham seca
maliça
O capim como uma
rede
Pelo chão se
espreguiça
Urubus sempre
voando
Procurando uma
carniça.
Mesmo com tanto
horror
O sertanejo é
feliz
Pois quando nosso
senhor
No céu abre um
chafariz
A fartura é tão
grande
Que a seca nada
mais diz.
Fiz o pequeno
cordel
Louvando esse meu
Nordeste
Lugar doce como
mel
De caatinga e
agreste
De brogodó e
cerrado
Este sendo
habitado
Por peão cabra da
peste.
Fim, são João da
serra-piauí
Digitado em 20 de
abril de 2018
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