segunda-feira, 26 de novembro de 2018

A SAUDADE



A SAUDADE
Me lembro, era domingo!
Chuva fina na calçada,
Um arco iris sem cores
E sem vida a passarada!
Lá no ceu um nevoeiro
Recostei-me ao travesseiro
Com a minha luz apagada.


O silêncio absoluto
Só do relampago o clarão!
Eu só ouvia três coisas:
Bater o meu coração
Compassado muito lento,
A voz do meu pensamento,
E os pingos d"agua no chão.


De repente uma lembrança
Aquele silencio corta,
No castelo do meu peito
Um toc toc na porta,
Como se fosse miragem
Surge então uma imagem
Que á muito já nao me importa,


Foi entrando em passos longos
E eu nao pude perceber,
Aos poucos me dominava
Possessiva ao meu entender,
Deixando-me em farelo
Desmorronou meu castelo
E se apossou do meu ser!


Me entreguei a seus caprichos
Com o fervor de quem ama,
Sem forças para fugir
Tornou-se meu maior drama,
Senti-me assim tão sozinho
Com ela no meu caminho, 
Do meu lado, e em minha cama!


Tornei-me um farrapo humano
A seus pés acorrentado,
Minha corrente do orgulho
Tinha-se arrebentado,
Eu era um pouco do nada
Era a poeira da estrada
Que alguem tinha pisado!!!


Me lembro era um domigo
Sem chuva e o sol a brilhar,
Um arco-iris formado
E os passaros a cantar,
Vi o ceu azul da janela
E na calçada a mais bela
Das flores que eu vi brotar!


E no jardim do meu peito
Surgiu a mais bela flor!
A primavera floriu
Uma rosa em cada dor,
E aquela flor da calçada 
Tornou-se a minha amada
Minha vida meu amor!


Hoje rio escancarado
Feliz o meu coração!
Tranquei a porta do peito
Recheiado de paixão,
E a saudade saudosa
Deve estar triste e chorosa
Sofrendo com a solidão

25/11/2018
Poeta (Cassiano)

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