ZÉ MATUTO NO CABARÉ
Zé Chico de Bertulina
Um cabra lá do sertão
Nunca viu uma menina
Ou mesmo um mulherão
Pelada na sua frente
Sex ,toda atraente
Pronta para o serviço
Não sabia o que era mulher
Não falava nisso sequer
Pois não sabia do reboliço.
Um dia dona Bertulina
Disse num tom de calmidade
Pegue sua égua buzina
Precisa ir a cidade
Compra arroz e feijão
Pra nossa alimentação
Traga todos os cereais
E para as coisas comprar
Ela veio lhe entregar
Uma nota de cem reais.
Zé Chico muito ligeiro
Pegou a égua buzina
Botou o dinheiro no bolso
Despediu-se de Bertulina
Partiu rumo a cidade
Devagar até na verdade
Observando o que via
Admirando talvez
Pois era a primeira vez
Que para a cidade ia.
Em cima daquela égua
Muito Zé Chico andou
Mais ou menos “5 léguas “
O matuto cavalgou
Umas 7 e meia do dia
Zé Chico com alegria
Chegava àquela cidade
Para os cereais comprar
E então depois voltar
Pra sua comunidade.
Aquele cabra do sertão
Pela cidade pegou andar
E com a movimentação
Ele veio se admirar
Na égua da cor de barro
Saiu pelo meio dos carros
Observando tudo até
Com zoada endoidou
E o comercio errou
Foi sair no cabaré.
Chegando ao cabaré
Zé Chico ficou abismado
Por um montão de mulher
Ali foi cercado
Assustado ele ficou
Pois nunca sentira o calor
Na vida de uma garota
No meio daquele mulherão
Aquele cabra do sertão
Deu uma suadeira da gota.
As mulheres lhe acalmava
Dizendo; calma meu bem.
E aperreado ele ficava
No meio daquele vai e vem
Mas uma loura bonita
Dessas do laço de fita
Com medo de ele dar um infarto
Disse pra todas sem fuxico
Que levaria Zé Chico
Para dentro de um quarto.
No quarto ela entrou
E ele entrou mais atrás
Para ele ela falou
Agora é com você rapaz
Assim toda safadinha
Tirou a sua calcinha
E disse naquela hora
Vem aqui meu xuxuzinho
Ele falou bem baixinho:
-valei- me minha
nossa senhora
De olhos abutecados
Aquele matuto ficou
Olhando pra todos os lados..
Aquele matuto ficou
Somente a porta fechada
E aquela mulher pelada
Mostrando o seu patrimônio
De nada desconfiava
E a mulher ele pensava
Que era pintura do demônio
Zé Chico ali já estava
Dando mesmo uns arrepios
Pelo medo que passava
Começou a suar frio
E então naquela hora
Saiu de porta afora
Dando a maior carreira
Saiu do cabaré gritando
Caindo e se levantando
Por cima de mesa e cadeira
Já fora do cabaré
Pegou a égua buzina
Dobrou ali uma esquina
Voltou para o roçado
Não passou pelo mercado
Não comprou os cereais
Chegou a casa disse a verdade
Falou pra mãe que na cidade
Não voltaria nunca mais.
POETA ANTONIO CARLOS
15 / 12/ 2017
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