O VEREADOR ATRAPALHADO
Um certo vereador
Da cidade de São João
Era assim do tipo grego
E bastante bobalhão
Alguém pra mim já contou
As coisas que aprontou
Só não posso é afirmar
Se tudo é mesmo verdade
Certa vez pra Teresina
Ele foi com o prefeito
Chegando na capital
Abestalhou-se o sujeito
Pela cidade andando
Muito se admirando
Com as coisas do lugar
E ali sem saber de nada
Deu uma grande mancada
Que não vão acreditar
Passando por uma praça
Ele avistou um lixeiro
Onde havia escrito
Um bem visível letreiro:
Contribua com a limpeza...
Ele pensou com certeza
É pra gente ajudar
A carteira ele puxou
Cinco cruzeiros tirou
E na lata foi botar
E chegando mais na frente
Ele muito satisfeito
Deu uma lição de moral
No seu colega prefeito
Dizendo: Ave- Maria
Você uma autarquia
E uma grande autoridade
Deu uma grande mancada
Não contribui com nada
Pra limpeza da cidade
Ligeiro lhe retrucou
Não sei o que tá falando
Será que agora endoidou
Ele lhe falou rapaz
Na pracinha ali atrás
Vi que não possui franqueza
Nada botou na latinha
Onde bem escrito tinha
“contribua com a limpeza
“
E então naquela hora
Respondeu-lhe o prefeito
Tu és mesmo e um Mané
Sei que pra tu não tem jeito
Precisa se ligar mais
Se mostre mais capaz
Não seja assim como bicho
A lata coma inscrição
Não é outra coisa não
E lugar de botar lixo
O vereador ficou
Muito descontraríado
Pelo serviço que fez
Assim meio envergonhado
E dali logo saiu
Com o prefeito seguiu
Pra uma reunião
E na frente daquele povo
O parlamentar de novo
Deu uma de bestalhão
Pois la na reunião
Veio um café tomar
Porem estava amargo
Precisava adoçar
E ele naquele instante
Pensou: quero adoçante
E caiu no desespero
Pois do jeito que esta
Viu que não acertava
Abrir o açucareiro
Para o pobre parlamentar
Foi um enorme embargo
Devido a ignorância
Tomou o café amargo
Pensou consigo o sujeito
Ah se eu fosse prefeito
Não entrava assim
na peia
Ali no seu cantinho
Tomou o café todinho
Mas fazendo cara feia
E nisso a secretaria
Vendo aquela arrumação
Chegou e lhe perguntou
Na maior educação
O senhor é diabético?
E ele muito poético
Com um enorme decoro
Naquela apertada hora
Respondeu-lhe não senhora
Eu sou e vereador
E na hora de sair
Daquela repartição
A porta era de vidro
E ele meio bestalhão
Viu o prefeito passando
E ele ficou pensando
Que ali não tinha nada
Tacou acara na porta
Que ficou com a venta torta
E a vista atordoada
O pobre vereador
Sofreu lá na capital
Dando uma de Mané
No meio do pessoal
Naquela grande cidade
Aquela autoridade
Muito vexame passou
Na ignorância sofreu
E com certeza comeu
O pão que o diabo amassou
POETA - ANTONIO CARLOS
EDIÇÃO-FRAZÃOZIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário