segunda-feira, 24 de setembro de 2018

PREÇO DO VOTO MATUTO





PREÇO DE UM VOTO MATUTO

Dotor eu tô dicidido
A ir votar no sinhô
Eu nao preciso de nada

Nao sinto nenhuma dô
Nao venho me consurtar
Portanto iscute eu falar
E me intenda pur favo

Vender meu voto eu num vô
Pruque isso faz vergonha
Só existe uma coisinha
Que todo cidadão sonha
E no sinhor vô votar
Se o candidato ajudar
Caso o sinhor disponha

Espero que não se oponha,
Vou fazer uma casinha
Para mim é uma coisona
Mas pru sinhô é coisinha
E se quiser me ajudar
Eu vim para lhe entregar
Essa umilde listrinha

preciso de caibro e linha
Areia 3 caminhão 
10 a 12 mil tijolo
Ferro arame e vergalhão
100 saquinhos de cimento
De teia 32 cento
E dois carrinhos de mão
Os fios da instalação

As tinta para as parede
Ceramica e azulejo
14 armador de rede
Um bebedoro ligado
Pra o pedreiro cansado
Poder matar sua sede

Cano pra den-da parede
Pamode a agua iscorrê
Três pias e cinco torneira
Duas portas de corrê
As bacia e dois chuvero
Para butar nus banhero

Qu'eu tô querendo fazê
Eu vou cum todo prazê
Dar meu voto pru sinhô
E Zabé num vai pruque


Num tem tito de leitô
Vou mandar ela pra feira
Balançar uma bandeira
Com o retrato do dotô
Quero tambem do sinhô
Uma aturização

Para eu comprar toicim
No açogue de seu João
Pra no fogo eu cozinhar
Pros pedreiros armuçar
Toicim cuscuis e fejão

  Tem só mais uma questão
Que deixei pur derradero
Como eu tô disimpregado
Sem ganhar nenhum dinhero
A conta eu vou lhe mandar
Que é para o sinhor pagar
As diaria dos pedrero!!!

Poeta (Cassiano)

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